Hospedagem na COP30: Plataformas se comprometem a avisar usuários sobre anúncios de preços abusivos
Plataformas de hospedagem anunciam medidas para redução nos preços para a COP 30, em Belém Plataformas de hospedagem anunciaram medidas para reduzir os pre...

Plataformas de hospedagem anunciam medidas para redução nos preços para a COP 30, em Belém Plataformas de hospedagem anunciaram medidas para reduzir os preços para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climática (COP-30), incluindo o compromisso de avisar aos usuários quando o preço estiver acima da média. 🛎️ As medidas foram anunciadas na quinta-feira (11), cumprindo uma série de recomendações feitas por órgãos como Defensoria Pública do Estado, Ministério Público, Procon, Ordem dos Advogados do Brasil e Procuradoria-Geral do Estado. Ainda segundo os órgãos, a Hoteis.com retirou e bloqueou anúncios com valores excessivos. "A ideia foi fazer com que essas plataformas advertissem seus usuários de casos com valor elevado para que possam escolher de maneira consciente, buscando outras alternativas", disse o advogado Dennis Verbicaro, presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB-PA. 🛏️ O alto custo da hospedagem preocupa a organização de um evento que receberá cerca de 50.000 pessoas durante 12 dias na cidade amazônica. Alguns países anunciaram que não teriam delegações em Belém ou que elas seriam reduzidas. A própria ONU pediu corte nas próprias delegações. Esta semana, hoteis na capital paraense foram alvo de fiscalização e orientaçao do Procon. Clique e siga o canal do g1 Pará no WhatsApp 🏨 As recomendações feitas pelos órgãos ligados à defesa do consumidor em agosto foram acatadas pelo Airbnb e Hoteis.com. As plataformas informaram redução de preços, com percentuais que podem chegar a 30% até outubro. Segundo a DPE, houve uma redução de 22% nos preços, com 9% entre julho e agosto, e que 70% dos anúncios estão com valores até 500 dólares. O valor referência para a COP deve ser o aplicado no Círio de Nazaré. Os órgãos de defesa do consumidor também informaram que a Airbnb formalizou compromisso de reforçar a transparência e enviará uma “Comunicação Conjunta” aos anfitriões e hóspedes. "A intenção foi buscar a conformidade desses preços com a média do mercado. Isso foi tirado de uma expectativa de três vezes o valor, alta temporada que seria no Círio", explicou o defensor público Cássio Bittar. 🏩 No entanto, duas plataformas - Booking.com e Agoda - não aceitaram as recomendações e são alvo de uma ação civil pública ajuízada na quinta-feira (11). "Elas poderão sofrer restrições e serem submetidas à aplicação de multas", disse o representante da OAB. Há quase um mês, a DPE informou ao g1 que avaliava judicializar o caso se as recomendações não fossem atendidas. O g1 procurou as plataformas Booking, Agoda, Airbnb e Hoteis.com para saber se algum anúncio abusivo já foi excluído. Airbnb: A plataforma disse que "está à disposição para colaborar com as autoridades dentro das obrigações e normas aplicadas à sua atividade como plataforma digital por onde hóspedes e anfitriões se conectam diretamente" e que tem empreendido esforços de conscientização junto a anfitriões, incentivando práticas responsáveis e alinhadas aos objetivos do evento". "O Airbnb segue comprometido a colaborar com uma experiência positiva para todos os envolvidos, promovendo acesso, diversidade de opções e respeito aos visitantes e à cidade", afirmou em nota. Booking.com: disse que "continua à disposição para colaborar com as autoridades para a realização da COP30 em Belém e reforça que não interfere nos preços das reservas de serviços de viagens". Disse ainda que "quem define e controla todas as políticas de preços são os próprios parceiros de acomodação". Segundo a plataforma, foi feita análise e comunicado à Defensoria Pública do Pará que, "por questões contratuais com os proprietários de acomodações, não pode excluir parceiros unilateralmente com base nos valores das diárias anunciados por eles". "A remoção de uma propriedade só é possível em caso de violação das cláusulas de rescisão previstas no contrato com as propriedades, ou por ordem de autoridade competente, individualizando de forma fundamentada as eventuais infrações', informou. As demais plataformas ainda não deram retorno. COP30: Plataformas de hospedagem anunciam medidas para redução de preços Anderson Coelho/AFP Preços O Airbnb anunciou dias atrás que a média de preços caiu 22% desde fevereiro e havia afirmado em entrevista ao g1 no fim de agosto que não interferia na definição de preços das hospedagens. No Airbnb, Booking e na plataforma oficial de hospedagem, é difícil encontrar tarifas diárias próximas a 100 dólares (545 reais na cotação atual), o valor que a ONU exige para delegações de baixo orçamento. As autoridades calculam que 60% dos participantes devem se hospedar em propriedades particulares. Para reforçar a oferta, o governo disponibilizou dois navios privados que oferecerão 6.000 camas, embora estejam a 20 quilômetros do evento. O que é a COP e por que ela importa? Presidente da COP30 classifica preços em Belém como 'extorsivos' 'Não se paga o mesmo na Copa do Mundo como em dia comum', diz gerente de hotel Nas plataformas de hospedagem, há casas e apartamentos cobrando mais de R$ 1 milhão pelos 11 dias de conferência. Jornal Nacional g1 na Cop: acordo para controlar preços de hospedagens e cenário hoteleiro da Belle Epóque